Ajoelhou, agora reze!

Veio aqui buscar não sei o que, não há nada de interessante aqui, só veio perder seu tempo, desligue o computador e vá ler um livro.

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Crise existencialista.

     Há muito encostei meu cérebro no conforto
     E fiquei acomodado, sem pensar.
     Me levantei do mundo inteligível e me deitei no mundo sensível,
     Deitado, minha mente perece na ignorância.
     Estou covardemente preso, condicionado a assistir
     Com desgosto as horas crepusculares.
     Com a mente ofuscada pelo lusco-fusco,
     Fico preso nessa caverna de crenças e ilusões
     E faço das sombras a minha realidade.
     Sinto-me preso ao mundo subterrâneo
     E nesse império dos sentidos, captado pela subjetividade,
     Não consigo ver a luz! Mas vejo, assisto
     E sou dominado pela subjetividade.
     Sou um homem comum, um demente e moribundo demiurgo
     Preso ao anfêmero, desprezível cotidiano!
     Minha geografia é limitada a esse espaço físico onde caibo,
     Preso na escuridão, sem ter como me admirar, admiro outros zumbis.
     Olhando apenas a parede à minha frente,
     Sou dominado pelas sensações e pelos sentidos mais primários,
     Um completo ignorante.  

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Amor:


Amor:
A palavra vem do latin amore
que significa desejar, gostar.
Sua acepção mais comum indica uma
forte atração por uma pessoa de outro
sexo. Apresenta uma grande variedade de
comportamentos e reações, também pode
ser entendido como um sentimento de
devoção ao outro ser ou coisa, seus
sinônimos mais utilizados são: zelo,
carinho, entusiasmo, paixão, simpatia
e ternura.
É um substantivo abstrato!


Amor:
O que nós chamamos de amor
na verdade não passa de um instinto
muito útil para a preservação da
espécie do homo-sapiens, do mesmo
jeito que a fome e a sede, o amor
faz parte dos instintos biológicos
básicos que visam preservar a espécie.
Esse instinto chamado amor estimula a
aproximação entre dois parceiros sexuais.
Após encontrar um par que satisfaça
alguns requisitos éticos e estéticos,
inicia-se uma troca de carícias leves
denominada namoro, depois dessa fase
começam as carícias mais ousadas e eles
copulam, a fêmea é inseminada, fica
grávida e nove meses depois nascem novos
espécimes.
Amor é isso!


Amor:
O amor é um produto, é um produto
como outro qualquer. Tem vários modelos,
vários formatos, vários preços. O mercado
está muito competitivo até nessas
áreas essenciais!

Amor:
Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer;
É um não querer mais que bem querer;
É solitário andar por entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em se perder;
É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata lealdade.
Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?

Amor:
Durante muito tempo se pensou que
o homem sentisse amor através do coração,
era uma ideia totalmente equivocada, hoje
sabemos que o responsável pelos sentimentos
são as glândulas e as terminações nervosas.
Quando uma pessoa pensa que está apaixonada,
o que acontece é que as suas glândulas estão
produzindo uma grande quantidade de anfetamina,
dopamina, norepinefrina, feniletilamina,
oxitocina e, obviamente, trigocenina. Todas
essas substâncias são produzidas no sistema
límbico, uma parte muito primitiva do cérebro.
Biologicamente falando, nós podemos afirmar
que toda aquela euforia provocada pela paixão
é apenas um desequilíbrio hormonal, se essa
sensação permanecer por muito tempo, é bom
consultar um médico!

sábado, 20 de agosto de 2011

Mente.

     A minha boca, agitada, se exibe,
     Seduz uma manga, arregaçada.
     Engole uma puta fruta!
     Exagero singular, descansa, rouca.
     Um gosto de sangue, à língua,
     Esmurra os dentes com sede.
     Me afogo em saliva
     E bebo um barril de vingança.
     Na injúria da doçura,
     Esbarro na loucura,
     Vou embora, vou pro céu.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Racional.

     Ao acordar, fui surpreendido
     Por uma chuva de pensamentos,
     Uma chuva que me evade
     As descrenças e me inunda de razão.
     Lava-me a alma, enferruja-me o corpo,
     Além alma, enferruja-me o coração.
     Sinto-me nublado, desejo-me tempestuoso!
     Sinto que o Sol irá brilhar ao longo da vida,
     Porém, a razão, como que uma frente fria,
     Me deixará eternamente chuvoso e frio.
     Chuva de pensamentos,
     Sacia-me a fome, induza-me à curiosidade.
     Salva-me da certeza, faça-me racional!
   

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Nascido...

     Quando nasci fui expulso do Paraíso,
     Fui abandonado neste mundo cruel.
     Perdido, desamparado, sozinho.
     De fronte ao caos me tornei um homem
     E mesmo que ainda me julguem imaturo,
     Sou grande, egoísta e duro, mas sou grande.
     Desconfortável mundo caótico,
     Numa redoma, preso ao bioma.
     Ainda desamparado, busco momentos
     Onde a beleza alheia seja compartilhada,
     Aos que dividem comigo suas composições,
     Repito-as ao Vento que percorre, digitalmente,
     Todo o bioma que me faz preso à redoma.
     Manisfesto solidão, suplico atenção...
     Desamparo circunstancial em efêmera eternidade,
     Me enlouquece, me padece,
     Jazido no leito, em meu leito,
     Tenho na mente o gene da ilusão
     E, como que por proteção,
     Me envolto à solidão.
     Sozinho, amo o mundo que me fere,
     Mas amo em segredo.
     Amparo, desamparado!

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Noite anormal.

     À noite não entendo nada,
     Tudo se mistura,
     Nada tem explicação,
     Ninguém fala!
     Essa noite acaba.
     Eu, sem fim, sou sombra
     Com fome de mim
     E sem ter para onde ir,
     Sozinho, espero a noite acabar.
     Sentindo que nada me falta, 
     Sinto a falta.
     A noite vazia 
     E a sua falta
     Acabam me deixando assim.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Composição básica duma sobrevivência ardilosa.

     O mundo está contra mim,
     Mas estou na luta,
     Tentando sobreviver.
     Um bárbaro, feroz, audacioso,
     Afim de enfrentar o caos.
     No meio da confusão,
     Me deparo com situações
     Revoltantes, as que me deixam
     Sem estrutura para me revoltar.
     Perco o rumo, sem direção,
     Ajoelho e tento tirar proveito,
     Aproveitando a ocasião,
     Me acomodo com o que me incomoda.
     Sem ter o que fazer, ajoelho.
     Espero sem sentir,
     Não faz sentido,
     Não há sentido,
     Sinto ao dizer,
     Sentimento ao ouvir.
     Não faz sentido ficar mentindo.
     Tudo acontece quase sempre igual.
     Educado, fabricado, acostumado à ilusão.
     Sem encontrar a solução, me iloso,
     Me convenço de que o mundo é melhor à solidão
     E sozinho sou bárbaro, guerreiro, feroz, corajoso.
     Afoito, luto por uma luta mais sangrenta.
     Roubo versos, invento estórias, crio vitórias.
     Conquistei minha paz, perdi a paciência.
     Espero findar os dias e ao me repousar,
     Exausto, findo mais uma batalha,
     Sozinho, com uma garrafa de rum,
     Conquisto mais uma batalha.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Presença fria.

     Meus olhos descansam à noite,
     Minha boca está fechada
     E é contra a minha vontade,
     Mas com as mão atadas
     Não tenho o que fazer.
     Estou sem voz, porém,
     Minh'alma segue agitada.
     Tenho fome, um desejo imenso.
     Sinto frio, me faz falta seus braços,
     Me faz falta minha efêmera morada.
     Explode em mim, como um sentimento,
     A nudez das palavras singulares.
     Explode em mim a lembrança
     Do que o tempo não perdeu.
     Escondido, guardo-o bem escondido,
     Num lugar onde nem mesmo sei.
     Revelarei a mim esse segredo
     E exaltarei minha imaginação
     Com cheiros, sons e toques.
     Doces ilusões!
     Somente me restará as lembranças
     E essas sei que serão eternas.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Mundo crescente.

     Quando nasci esse mundo já era assim,
     Um mundo imundo, um mundo oriundo.
     Na escola não aprendi o mundo,
     Na vida vivi o mundo.
     O mundo é cruel, a vida é difícil.
     O mundo é capitalista, oh céus!
     A roda roda como o mundo gira.
     Na escola escrevo em meu caderno,
     No mundo escrevo minha vida na escola
     E na vida escrevo meu mundo no mundo.
     O relógio gira como a roda roda
     E o tempo passa, girando o mundo.
     Passando o tempo, vivendo a vida,
     Mudando, crescendo, aprendendo o mundo.