Ajoelhou, agora reze!

Veio aqui buscar não sei o que, não há nada de interessante aqui, só veio perder seu tempo, desligue o computador e vá ler um livro.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

O relógio cinza.

     Este corpo belo que herdei
     Junto com as coisas que na lembrança guardei.
     Alguns me têm querido outros não,
     Por quê, meu amor? Por quê?
     Cravei em ti cintilante punhal,
     Somos tão jovens, por que não
     Viver essa juventude e gozar de vida plena,
     Aqui, na Terra?
     Assassinei todos que me amavam
     Com um gesto sagrado de amor,
     Algo com assédio, sem pudor.
     Meu sangue jorra para curar-lhes a sede
     E aqui, onde jaz meu corpo, ao meu redor,
     Crescem belas flores e só me resta lembrar,
     Seus lindos cabelos, seu belo sorriso,
     Sua adocicada voz, seu cheiro confortável,
     Seus afagos essenciais para minh'alma,
     Por favor, me regue, como se eu fosse uma
     Dessas flores ao meu redor, por favor,
     Não me deixe morrer.
     Estou preso aqui, dentro de mim,
     Aqui é escuro, lá fora o tempo passa,
     A vida passa, ainda me lembro da sua voz,
     Por quê? Por quê?  

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