Ajoelhou, agora reze!

Veio aqui buscar não sei o que, não há nada de interessante aqui, só veio perder seu tempo, desligue o computador e vá ler um livro.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Mãe desmamada.

     Sou jovem, já fui bela. Ainda jovem, sou velha devido minha expressão 
     De insatisfação com a vida que tenho. Com meu silêncio banal, descrevo-lhes as
     Minhas feridas que não cessam de sangrar: Mamãe, há tempos não ouço essa
     Palavra. Amor, há tempos não ganho algum carinho. Meu marido,
     Sujeito empolgado com a vida, justo em suas crenças, um alcoólatra que não
     Aceita fracassos, não admite seus erros. Um homem admirável, 
     Apesar de sempre ébrio e revoltado nunca me bateu, apesar de já ter tentado
     Duas vezes, mas recuou quando eu, assustada, me demonstrei agressiva
     E prometi matá-lo se avançasse, portanto recuou, pois sabia que eu não estava
     Brincando. Meu filho mais velho, com esse eu poderia contar,
     Até o descobrir um corrupto traiçoeiro, mas disso eu já sabia, no fundo eu sabia
     Mas não queria acreditar, afinal, um alguém que se junta aos imundos
     Há de está, também, muito sujo. Mas decidi me enganar,
     Confiei nele até ver-me apunhalada,
     O que ele fez não mais me importa,
     Basta-lhes saber que ele não é muito diferente
     Do meu filho mais novo, este que descrevo agora, sempre o que me deu mais
     Trabalho, bem novo se envolveu com as drogas, não sei com que idade,
     Nunca tive a coragem de perguntar. Com os seus amigos traficantes
     Faz da minha casa um antro de vadios viciados e por conta disso
     Não posso trazer aqui as minhas amigas, ousadia minha as chamá-las assim
     Quando são apenas velhas gordas paroquianas que ostentam uma corrupta
     Estrutura moral e têm como passatempo preferido falar mal daqueles que como
     Elas, não têm estrutura alguma. Voltando ao meu filho mais novo, por mais que,
     Calada, dou meus gritos silenciosos suplicando para que não deixe mais seus
     Brinquedos (armas e drogas) jogados pela casa, ele finge não ouvir,
     Finge não ouvir meu silêncio revoltado, o que me causa mais revolta.
     Essas são as minhas mazelas e sei que não hão de cicatrizar,
     Porque por mais que a vida seja exigente comigo, não exijo nada de ninguém.
     Só me resta chorar em silêncio, só me resta essa cara triste!

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