Ajoelhou, agora reze!

Veio aqui buscar não sei o que, não há nada de interessante aqui, só veio perder seu tempo, desligue o computador e vá ler um livro.

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Um copo com vinho, um copo com batom.

     Amantes solitários murmuram canções nas noites silenciosas,
     Compram batons que não beijam os filhos.
     É triste a música que lhes acontecem.
     Bebem, transcendem os passos e, descompassados, o chão lhes falha.
     Os muros, agressivos, lhes socam a cara.
     Os postes lhes beijam a boca, sem batom.
     Com os sonhos desfigurados, sentem-se realizados.
     Batons vêm e vão, nenhum há de beijá-los,
     Haveriam famílias de bactérias no domínio, à destruição.
     A destruição, um único batom durante toda a madrugada,
     A mesma boca embriagada, o mesmo espaço, um mesmo abraço!
     Um batom feito de ruga, uma boca feita de pele.
     Uma canção de aço que lhes fazem um corte num traço.
     Amargurados, lágrimas lhes correm nos braços.
     Um batom que não derrete na boca que se beija,
     E tudo é saudade e tudo é solidão!

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